quarta-feira, 25 de outubro de 2017

OS OBJETOS MUITO ALÉM DA MATERIALIDADE

O primeiro livro relacionado a museus que li foi "A danação do objeto", de Francisco Régis Lopes Ramos, quando estava no ensino médio. Não entendi nada e me perguntei se deveria mesmo cursar Museologia. Hoje, com 5 anos de experiência, vejo que o texto é, na verdade, muito básico. Todo museológo deve saber que um objeto de museu perde sua função primordial e adquire novos valores ao ser musealizado.
As ações educativas têm importante papel na relação entre visitante e objeto, criando formas de aproximação entre os dois levando em consideração as necessidades socioculturais em que o público vive. Mais do que isso, uma exposição por si só já deve suscitar questionamentos e reflexões, o que Paulo Freire chama de "pedagogia da pergunta".
Questionar o presente e as relações estabelecidas com objetos do cotidiano permitem uma melhor compreensão do passado e das escolhas de preservação. É problematizar o passado através do presente, pois o passado não é uma história finita sem conexão com o hoje.
Em uma ação educativa proposta em aula, sorteamos um objeto corriqueiro como boné, cuia para chimarrão, artesanato indígena, entre outros. De que formas podemos transformar um simples objeto em reflexões sobre a atualidade? No nosso caso, o artesanato indígena sorteado pode trazer várias questões sobre a realidade das tribos nos dias atuais, consequência do que foi vivido no passado.
                        
                            
                                  REFERÊNCIA
RAMOS, Francisco Régis Lopes. A danação do objeto - o museu no ensino de História. Chapecó: Argos, 2004. p.19- 36; 129-146.

[Postagem para a disciplina de Educação em Museus referente ao encontro do dia 21/09/2017]

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