segunda-feira, 3 de julho de 2017

MAIS HISTÓRIAS, MAIS PETRÓPOLIS

        Chegamos ao segundo e último dia de coleta de histórias com os moradores do bairro Petrópolis. Entrevistamos a professora Marília, 49, e o Seu Rolf, 69, uma geração de diferença entre os dois, mas as lembranças são igualmente lindas!                
Ficamos muito impressionados com o material trazido pelo Seu Rolf! Infelizmente não pude acompanhar toda a entrevista, mas vi que foram trazidas muitas fotografias e documentos nunca antes vistos, desde as primeiras construções do bairro e a caixa d’água, tão importante para ele. Apesar de não residir mais no bairro desde a demolição da casa em que viveu a vida toda, até 2012, é nítido que o coração de Seu Rolf ainda está em Petrópolis. Dizem que quem vai embora sempre quer voltar.
           Essa dedicação em trazer informações pertinentes para a preservação do bairro é que nos inspira a fazer um bom trabalho. E conversa foi muito além de Petrópolis. Marília deixou clara a importância de um bom transporte público na cidade para ocupação dos bairros para quem não reside nas proximidades. Seu Rolf nos mostrou como é importante falar, falar e falar muito, relembrar todos os traços de infância que são tão preciosos na nossa construção enquanto cidadãos.
           Uma conversa tão agradável daquelas que dá um aperto de saudade dos avôs, dos pais e de todas as pessoas que fazem parte da nossa história. <3



[Postagem para a disciplina de Museu, Patrimônio e Cidade referente ao encontro do dia 27/06/2017]

CONHECENDO AS HISTÓRIAS DE PETRÓPOLIS

Imagine um local tipicamente rural, com quatro chácaras e uma estrada de chão que cortava esses espaços, chamada de Caminho do Meio. Imagine criações de gado e plantações de agrião. Imagine casas de veraneio construídas nesse local como ponto de refúgio para o forte calor do centro de Porto Alegre. O fim da linha da cidade, a última parada do bonde.
Estou falando do bairro Petrópolis na década de XX que a partir de então passou por vários processos de urbanização e transformação, mas, segundo os moradores, os traços familiares se mantêm até hoje. Com o crescimento da cidade, as famílias se deslocaram para o bairro então afastado e começaram a construir suas casas e montar sua história por ali. Nas últimas décadas o bairro vem sofrendo com a demolição das casas mais antigas para construção de prédios, processo que o coletivo de moradores do Movimento Projeta Petrópolis está tentando estancar através da inventariação de bens arquitetônicos e culturais.

Como combinado na aula anterior, decidimos o projeto que faremos em parceria com os moradores: um pequeno documentário contando as vivências dos moradores mais antigos. Breve, simples, mas cheio de lindas memórias e saudosismo.
Sempre gostei de ouvir pessoas vividas contando suas histórias, carregadas de saudade de um tempo que não volta mais. Sempre aprendemos alguma coisa, então foi um prazer ouvir o primeiro entrevistado, o Seu Edmundo. Que suas memórias da praça, do bonde e da infância possa ser imaginada por todos que o vídeo alcançar.


[Postagem para a disciplina de Museu, Patrimônio e Cidade referente ao encontro do dia 13/06/2017]

sábado, 1 de julho de 2017

RECONHECENDO PETRÓPOLIS

          O curso de Museologia foi procurado pelo Movimento Projeta Petrópolis para juntos pensarmos numa ação cultural a fim de ocupar os espaços públicos do bairro Petrópolis, em Porto Alegre. O Projeta Petrópolis é importante na defesa do patrimônio arquitetônico do bairro, que vem enfrentando há alguns anos um processo de urbanização e verticalização que preocupa os moradores mais antigos, pois bairro vem perdendo o ar de familiaridade.
Confesso que não conhecia o bairro além da Avenida Protásio Alves e fiquei encantada com as árvores e a calmaria do local. Fomos mediados pelo Marcelo Roncato, que nos apresentou a Praça Mafalda Veríssimo, algumas curiosidades sobre as ruas que estão em processo de inventariação, as casas, as pessoas. Ele será a ponte entre a Museologia e os moradores mais antigos que nos contarão suas histórias e experiências por aqui.  A Praça Mafalda Veríssimo, antigamente denominada Praça Buri, possui a caixa d’água que é símbolo do bairro.
      A procura dos moradores demonstra o interesse e a necessidade em preservar e estancar esse processo desenfreado de verticalização. Esperamos que essa parceria entre Museologia e Petrópolis renda bons frutos!


[Postagem para a disciplina de Museu, Patrimônio e Cidade referente ao encontro do dia 30/05/2017]

"QUAL CIDADE QUEREMOS NOS MUSEUS?"

Moro em Porto Alegre há quatro anos e meio e, de certa forma, ainda me considero uma turista. Presa na rotina, vou aos poucos conhecendo essa cidade que não é a minha preferida, mas que certamente tem seus encantos. Felizmente a disciplina “Museu, Patrimônio e Cidade” me permite descobrir alguns desses encantos, como foi o caso da Travessa dos Venezianos, um conjunto de 17 casinhas coloridas preservadas por tombamento pelo município.
Falando em cidade, a palestra da professora Zita Possamai, durante 15ª Semana Nacional de Museus no Museu Joaquim José Felizardo - o museu da cidade, veio a calhar com meu comentário acima. "Não se conhece verdadeiramente um lugar sem visitar o museu da cidade", disse. Com o tema "O museu na cidade, a cidade no museu e o museu de cidade", trouxe em sua fala o papel e as relações entre o trio museu-cidade-pessoas.
Sobre o primeiro aspecto, o museu na cidade, fica clara a importância dos museus quando viajamos para algum lugar novo, por exemplo, pois é dentro dessas instituições que procuramos aspectos referentes às pessoas, à cultura e aos valores locais. Em certos casos, o próprio museu é quem faz a cidade, colocando-a no “mapa” (caso do Guggenheim em Bilbao), ou ainda pode chamar a atenção para um território que até então era ignorado (como o Museu Comunitário da Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre).
A cidade no museu apresenta olhares da cidade dentro de um espaço limitado que é o museu, mas que apresenta infinitas possibilidades de abordagens. Não poderia deixar de citar o exemplo da professora Zita que me encantou: o Museu da Inocência em Istambul. Partindo de um livro, esse museu traz a história da cidade no século XX, o que é muito curioso considerando que o maior atrativo dos turistas é a história milenar de Istambul.
Por último, e mais especificamente, o museu de cidade nos diz muito sobre as escolhas daquilo que está sendo preservado. O que é apresentado ao público? Que história está sendo contada? O que está faltando? Um museu jamais abarcará a totalidade da cidade - e nem deve! - e é essencial entender suas escolhas.
Eu já tive meus altos e baixos com o curso de Museologia, mas meu amor pelos museus nunca esteve em questão. Acho incrível a capacidade que os museus têm de trazer tantas abordagens e temáticas em lugares tão distintos, das grandes cidades às pequenas vilas, mas principalmente por envolver as comunidades em torno da memória e da preservação.


[Postagem para a disciplina de Museu, Patrimônio e Cidade referente ao encontro do dia 16/05/2017]

PARA SEMPRE RUA DA PRAIA

“Rua da Praia: Patrimônio de Porto Alegre” foi um projeto que surgiu a partir da disciplina de Estudos Sobre o Patrimônio Cultural e Museus, ministrada pela professora Márcia Bertotto, através dos esforços dos colegas da Museologia a fim de mostrar as riquezas históricas e patrimoniais da primeira e mais querida rua da cidade de Porto Alegre, a Rua dos Andradas, ou a Rua da Praia. Através da disciplina da professora Zita Possamai, tivemos a oportunidade de realizar a caminhada juntamente com os colegas responsáveis pela realização do projeto.

O Centro Histórico de Porto Alegre é resultado do desenvolvimento econômico e urbano dos séculos XIX e XX. A Rua dos Andradas tinha primeiramente o nome de Rua da Praia, por estar localizada às margens do lago Guaíba, que aos poucos foi aterrado devido a urbanização da cidade e hoje está relativamente distante da rua, mas a denominação original se mantem firme até os dias de hoje. 
Do Gasômetro à Santa Casa, a rua abriga edifícios de diversos estilos arquitetônicos que contam muitas histórias, curiosidades e lendas. Desde o escravo Josino morto em frente a Igreja das Dores, o comércio da Galeria Chaves, os namoros na Confeitaria Princesa, as manifestações de todas as naturezas na Esquina Democrática (Rua dos Andradas com a Borges de Medeiros), sem falar, é claro, dos famosos paralelepípedos em forma de mosaico - que, por sinal, é a cara do projeto dos colegas da Museologia. 
Desde sempre esta rua esteve cheia de pessoas, convivências e barulho, talvez hoje em dia de forma mais caótica que no passado. Na correria, cruzamos a rua cuidando para não bater em outros apressados e não olhamos para cima, onde os edifícios se mostram preservados e remetem outro tempo. É olhando para cima que percebemos como esta rua é carregada de memórias, tantos acontecimentos marcantes.


[Postagem para a disciplina de Museu, Patrimônio e Cidade referente ao encontro do dia 02/05/2017]