Esta
é uma breve resenha crítica do artigo “A Casa Branca: Símbolo de Esforço para a
Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre”, da
historiadora e especialista em patrimônio cultural em centros urbanos Zilda
Emilia Andrades Berger.
A
Casa Branca localizava-se no antigo “Caminho do Meio”, atual bairro Jardim Ypu,
em Porto Alegre, hoje existindo uma praça em seu lugar. Teve grande importância
para a história rio-grandense: seu construtor, Estácio Bittencourt, cedeu a casa
para servir de abrigo aos farroupilhas durante a Guerra dos Farrapos. Foi também
a residência de Apolinário Porto Alegre no século XIX, intelectual envolvido na
Revolução Federalista.
Nas
décadas de 1960-1970, a valorização da tradição gaúcha se intensificou através
dos Centros de Tradição do Estado, em função das ações preservacionistas que se
mobilizavam preocupadas com a questão da preservação da cultura nas cidades
brasileiras. Com a pressão da população
e a iniciativa de Leandro Telles e do prefeito Telmo Thompson Flores, os artigos
da Lei Orgânica Municipal foram atendidos e foi concedida à Casa Branca o
título de “digna de preservação”, mas a propriedade foi demolida por seu último
proprietário, um comerciante chamado Marcos Rubim, em 17 de abril de 1972.
Infelizmente,
o caso da Casa Branca não é exceção. Sabemos
que “uma lei não é suficiente. Hoje nós constatamos. A preservação dos
monumentos antigos é desde logo uma mentalidade.” (CHOAY, 2011, p.115). Na
década de 70, quando a casa foi demolida, a preocupação em preservar monumentos
de caráter histórico e artístico estava apenas começando no Brasil. Hoje,
apesar das leis criadas e das tentativas de conservar os símbolos de nossa
história e cultura, ainda são encontradas diversas dificuldades, tanto pela
falta de verbas ou pela negligência das autoridades e da população.
A
autora propõe no final do artigo a implementação de um painel interpretativo no
local da antiga Casa Branca, com ajuda dos moradores na divulgação e captação
de recursos de agentes públicos e privados da região, além da manutenção da
placa. A intenção é envolver a comunidade no controle e observação do estado de
conservação do painel. O parque localizado no local da antiga Casa Branca foi
intencionalmente criado para homenageá-la, mas quem não conhece sua história vê
uma simples praça de lazer para os moradores locais. Uma ideia válida que
movimentaria a comunidade local pela valorização de sua história cultural.
REFERÊNCIA
BERGER, Zilda Emilia
Andrades. A Casa Branca: Símbolo de
Esforço para a Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre.
Revista Eletrônica Mouseion, julho de 2011.
Disponível em: < http://www.unilasalle.edu.br/museu/mouseion/vol1jun2007p14-22. >